Endereço

http://www.bcma.adv.br

Rua Itatuba, 201, Ed. Cosmopolitan Mix - Salas 301/302
Cep: 40279-700 - Iguatemi - Salvador – Ba.

Telefone: 71. 3355-4045.
E-mail: contato@bcma.adv.br

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Fazer campanha política na empresa pode causar demissão; saiba os limites


Correio da Bahia

Pois é, em época de eleição, os militantes políticos estão por toda parte, inclusive no ambiente de trabalho

Priscila Chammas


O cidadão chega no trabalho com seu carro plotado, pega os santinhos no porta-luvas e entra no escritório com camiseta, broche e adesivos de seu candidato. Distribui o material entre os colegas da firma e aproveita para falar sobre como Dr. X será um bom político. Pois é, em época de eleição, os militantes políticos estão por toda parte, inclusive no ambiente de trabalho.

Se você é um deles, melhor ter cuidado para não passar do ponto. Fazer campanha política no trabalho pode gerar uma bronca do chefe, advertências e até demissão. “Isso depende muito do código de ética de cada empresa, mas, no geral, não pode fazer campanha dentro da empresa”, ensina a advogada trabalhista Ariadne Santana, da BCM Advogados.



Segundo ela, não há nada que impeça o funcionário de externar suas preferências, com camisetas, bottons ou bandeirinha pendurada no carro. No entanto, ela adverte: “Não pode é tentar persuadir os colegas a votar em um candidato, distribuir santinho, se exaltar na discussão”. Usar o e-mail corporativo para enviar material partidário ou encher de adesivos o computador ou o carro que você usa, mas que são propriedade da empresa, são outras atitudes desaconselháveis.

Atendente de uma grande empresa, Eduardo Pimentel garante que nunca levou bronca por fazer campanha no trabalho. E olha que sua ‘ajudinha’ a um candidato a vereador de Feira de Santana, a 108 quilômetros de Salvador, incluía adesivos no mousepad e panfletagem entre os colegas.

Após escolher o candidato, Eduardo resolveu dar uma mãozinha na campanha. De graça. “Eu levava a cartilha, os santinhos e os adesivos, e provocava a discussão. Dizia: ‘E aí, fulano? Já tem candidato?’. Se ele estivesse indeciso eu mostrava o material, dizia que era de confiança, que podia votar sem medo”, conta o militante do Professor Marivaldo (PT), que acabou conseguindo apenas um cargo de suplente na Câmara de Feira.

Já o advogado Rod Macêdo, partidário de um dos candidatos à prefeitura de Salvador, garante que sua militância é mais discreta. “O assunto ‘política’ é um dos muitos que conversamos. É inevitável, porque está em voga agora”, destaca ele, que diz só defender o seu candidato “nos raros momentos de intervalo”.

Bom senso  E já que cada empresa pode ter seu próprio regulamento, conversar com o gestor imediato e usar o bom senso são sempre boas saídas para quem tiver dúvidas sobre certas atitudes dentro do ambiente profissional.

É o que aconselha a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Ana Claúdia Athayde. “Não há uma linha exclusiva de pensamento”, adverte, fazendo a ressalva de que existem algumas regras comuns.

Segundo ela, fazer campanha em seu próprio perfil em uma rede social não pode ser passível de punição, por ser uma escolha pessoal. O mesmo acontece com a plotagem de carros, mas, nesse caso, avisa, algumas empresas podem proibir o veículo de entrar no estacionamento.

Conversar com o chefe antes de levar os santinhos para o trabalho também é o que aconselha a coordenadora trabalhista do Siqueira Castro - Advogados, Fabiana Cotias. Ela lembra também que, sob nenhuma hipótese, o funcionário pode ser demitido por externar uma orientação política contrária à da empresa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário